16 de mai. de 2012

Medula Espinhal: lesão e tratamento


Medula Espinhal

A medula espinhal faz parte do sistema nervoso central, sendo a continuação do encéfalo (cérebro), que se encontra ao longo da coluna vertebral, no interior do canal vertebral.
Inicia na junção do crânio com a primeira vértebra cervical e termina entre a primeira e segunda vértebra lombar, medindo cerca de 40cm. Abaixo dessa região as raízes nervosas lombares e sacrais ocupam o canal vertebral, formando conjunto conhecido como cauda equina.

 A medula espinhal tem formato cilíndrico e achatado no diâmetro antero-posterior.

Dela partem raízes nervosas, onde há a fusão de duas raízes, uma ventral (anterior) e outra dorsal (posterior) que forma o nervo espinhal. A raiz dorsal possui fibras sensitivas (mandam informações ao cérebro) e a raiz ventral possui fibras motoras (recebem informações do cérebro).

Da coluna partem 31 pares de nervos espinhais, por meio dos quais a medula se conecta com as várias partes do corpo, recebendo as informações de diversos pontos do corpo (impulsos sensoriais), enviando-as para o cérebro e deste recebendo mensagens (impulsos motores), para ao final, transmiti-las para o resto do corpo.











Sendo assim, a medula é responsável pela transmissão dos impulsos nervosos entre o cérebro e o restante do corpo.








Lesão Medular
 A lesão medular é a interrupção de condução de impulsos (informações) motores e sensitivos ao longo da medula, podendo ocorrer por duas causas: lesões traumáticas e não traumáticas.

A mais comum das lesões medulares é a traumática, que tem seu mecanismo de lesão relacionada a uma força intensa aplicada contra a vértebra. Essa força pode se dar em decorrência de quedas, rotações da coluna, acidentes automobilísticos (causa mais comum), projéteis de arma de fogo, entre outros.





As não traumáticas ocorrem por doenças vasculares (má-formação, trombose, embolia), algumas infecções, neoplasias (câncer) medulares, esclerose múltipla.

Classificação das lesões:
Normalmente, as lesões medulares estão divididas em duas amplas categorias, conforme o local (nível) e o comprometimento:
 Tetraplegia: Quando há lesão na região cervical (nível neurológico acima de T1), Refere-se à diminuição ou perda sensibilidade e/ou movimento nos braços, assim como no tronco, órgão pélvicos (bexiga, intestinos) e pernas.
Paraplegia: É causada por lesão na torácica, ou lombar, ou cauda equina. Tendo diminuição ou perda da sensibilidade e/ou movimento no tronco, nas pernas e nos órgãos pélvicos - dependendo do nível de lesão. Na paraplegia, a função dos braços está preservada.

Tipos de Lesões:
Lesão Medular Completa
No caso de lesão medular completa toda a comunicação entre o cérebro e o corpo é interrompida, não havendo nenhuma função motora ou sensorial.
Lesão Medular Incompleta: há alguma função motora e/ou sensorial abaixo do nível da lesão (localização na coluna).
Manifestações Clínicas:
Na fase aguda da lesão ocorre o choque medular, fazendo com que o paciente fique paralisado (indiferente do tipo de lesão), sem reflexos e hipotônico - diminuição do tônus muscular, “flacidez” dos membros. Com passar do tempo pode haver recuperação dos movimentos, normalização dos reflexos e do tônus muscular, mas usualmente o choque medular é seguido pela hipertonia (aumento do tônus) - nos níveis abaixo da lesão -, onde o paciente fica com os membros “rígidos”.

Nas lesões medulares completas há paralisia (perda de movimento) e perdas sensitivas abaixo da lesão (tátil, dolorosa, para temperatura, pressão e localização de partes do corpo no espaço). Também ocorre alteração do controle esfincteriano (urinário e fecal).
Nas tetraplegias(lesões cervicais) ocorre paralisia e perda de sensibilidade dos quatro membros e no tronco. Pode ocorrer insuficiência respiratória devido ao comprometimento do nervo que comanda a contração do diafragma (músculo utilizado na respiração). Nas lesões cervicais baixas observa-se paralisia dos membros inferiores e das mãos.
Comprometimentos Motores e Sensoriais: haverá perda parcial ou perda completa da função muscular abaixo do nível da lesão, ou seja, seu acometimento vai depender do nível neurológico e do tamanho da lesão medular.

Comprometimentos indiretos e complicações: em decorrência da lesão medular a pessoa pode apresentar quadros de úlceras de pressão (escarras) a pneumonia, embolia pulmonar, trombose venosa profunda, infecções urinárias e intestinais. Aparecem, também, contraturas, ossificações e dores, sintomas relacionados à falta de movimentação dos pacientes.

Tratamento
O acompanhamento do paciente com lesão medular deve ser feito por uma equipe interdisciplinar, fisioterapeuta, médico, enfermeiro, terapeuta ocupacional, psicólogo, assistente social, nutricionista, fonoaudiólogo (em alguns casos), dentre outros.
O tratamento fisioterapêutico deve ser realizado de forma precoce, ou seja, desde o surgimento da lesão, ainda no leito hospitalar.
O fisioterapeuta avalia o paciente constantemente e, conforme as suas necessidades, traça um programa de tratamento específico.
Os objetivos serão:
I- Prevenir agravos e complicações (úlceras de decúbito, encurtamento muscular etc);
II- Estimular o potencial remanescente do sistema nervoso do paciente, no sentido de recuperar os seus movimentos;
III- Estimular ao máximo a autonomia do paciente para que retome suas atividades de vida diária com maior independência possível.  

Podem ser usadas várias técnicas no tratamento de um lesado medular. Como exemplo, destacamos: posicionamentos, alongamentos, exercícios passivos, reforço muscular, estimulação sensorial, treino de equilíbrio e controle postural. Também podem auxiliar no tratamento as órteses (coletes, muletas), pranchas ortostáticas (estrutura que deixa o paciente em pé), eletroestimulação (uso de corrente elétrica para provocar contração de músculos paralisados ou fracos) entre outros.


 A prática de atividades e exercícios físicos são extremamente indicados, e devem ser realizados de forma contínua, visando a independência e autonomia deste paciente. O Pilates e a Hidroterapia são algumas das alternativas.













Texto: Kátia Rech
Revisão e edição: Leonardo Leal

6 de mai. de 2012

OSGOOD SCHLATTER

O que é?

A doença Osgood Schlater surge normalmente em jovens atletas em fase de crescimento, fase esta que chamamos de “estirão de crescimento”. Trata-se de uma condição comum caracterizada por traumatismo por tração do local no qual se insere uma parte do tendão patelar (tendão do joelho).
Suas principais características são: dores na região do joelho que surge durante ou após atividade física e melhora com o repouso, especificamente em situações onde há uma atividade muscular aumentada do músculo quadríceps, e uma proeminência óssea visível fora dos padrões normais na região da tuberosidade tibial anterior.
Esta fase da adolescência é marcada pelo rápido crescimento dos ossos longos, por isso, as regiões responsáveis por esse desenvolvimento, chamadas de epífises, encontram-se sem uma estrutura óssea permanente. Desta forma, considerando que a tuberosidade tibial anterior está muito próxima dessas regiões e que o tendão patelar insere-se na mesma, este fenômeno pode ocasionar um estresse nesta região, provocando fortes dores durante a prática de algum esporte.



 












Tratamento:

A fisioterapia dispõe de diversar técnicas para reabilitar o paciente acometido pela Osgood Schlatte tendo como objetivo promover analgesia, diminuição de proceso inflamatório, fortalecimento e alongamento muscular e manutenção ou ganho de amplitude de movimento.
Para alguns autores, a Osgood Schlatter pode ser uma doença auto limitante, proporcionando um tratamento sintomático, ou seja, as condutas fisioterapêuticas somente estão voltadas para a redução dos sintomas, tais como dor e processo inflamatório, como, por exemplo, técnicas da eletroterapia. Além disso, pode ser prescrito pelo medico o uso de anti-inflamatórios. O prognóstico é bom, restando apenas, em alguns casos, um abaulamento da tuberosidade tibial anterior.
Outros pesquisadores acreditam que o tratamento mais confiável baseia-se na aplicação de gelo, o que mantem a ideia de tratamento conservador, associado a exercícios de alongamento da musculatura do quadríceps e isquiostibiais, ou seja, mantem-se atividades passivas dos grupos musculares envolvidos na articulação do joelho, levando a reabilitação física e ao retorno dos movimentos pelo adolescente. Outros autores ainda acreditam que além do tratamento sintomático, a eventual imobilização gessada do membro acometido é uma ótima solução.




 Criação: Gregório W.
Edição e revisão: Manoela H.