4 de jun. de 2012

Alterações Posturais


O que são:
                Definimos a postura como “o conjunto de posições das articulações do corpo em um dado momento” ou como “a condição em que o centro de gravidade de cada segmento corporal está alinhado verticalmente com o segmento abaixo”. O que chamamos de postura “ideal”, diz respeito a um estado de equilíbrio muscular e esquelético  mantido com o mínimo de estresse ou tensão sobre o corpo, e este padrão proporciona referências comparativas durante a avaliação postural. 
 A figura abaixo ilustra a posição ideal de alinhamento da coluna, com as suas curvaturas fisiológicas.


                Existem duas situações que definem a postura no dia a dia, são elas a postura estática e a postura dinâmica. A estática é descrita quando nos encontramos parados, a dinâmica está presente quando nos movimentamos para realizar tarefas do cotidiano ou exercícios físicos. Os padrões posturais em que nos encontramos baseiam-se nos ajustes que realizamos ao longo do dia para responder às demandas ergonômicas e para manter um certo nível de conforto para a coluna.


Causas:               
A má postura pode ser causada por maus hábitos posturais, desequilíbrios musculares e encurtamento de tecidos moles. Estruturas anatômicas que estão diretamente relacionadas aos hábitos posturais são as ligamentares, através de rigidez ou frouxidão, óssea, através de anomalias e a falta de flexibilidade muscular.
                As deformidades posturais mais comuns são:
                - A cabeça deslocada para frente, ocasionando um posicionamento anterior excessivo do pescoço.
                - A hipercifose (curvatura característica da coluna torácica) aumentada, resultando em uma flexão excessiva deste segmento vertebral.
                - A hiperlordose (curvatura característica da coluna cervical e lombar) aumentada, resultando em uma hiperextensão do segmento vertebral afetado.
                - A escoliose, classificada como uma curvatura lateral dos segmentos vertebrais.
                - As chamadas retificações, que consistem em uma diminuição das curvaturas anatômicas, tanto cifoses como lordoses, fazendo com que o paciente perca mobilidade destes segmentos, tornando-as estruturas rígidas.

 
                Estas anomalias podem gerar deformidades compensatórias nas estruturas periféricas (braços e pernas). Estas deformidades ocorrem devido à necessidade do paciente em manter-se alinhado ou diminuir desconfortos que podem estar associados à má postura. Sempre devemos lembrar que o sistema musculo-esquelético está interligado, ou seja, alterações posturais esqueléticas manifestam-se no tecido muscular, ligamentar, fáscias, cápsulas articulares e cartilagens, assim como deformidades nestas estruturas podem levar a alterações no tecido ósseo, por isso, grande parte dos pacientes apresentam quadros álgicos (dor) associados a má postura.


Tratamento:
                O tratamento consiste primeiramente em eliminar dores e desconfortos gerados devido à má postura. Em seguida são utilizadas técnicas que atuam nas estruturas articulares e musculares para ganho de amplitude de movimento (ADM), como por exemplo: mobilizações articulares, pompages, massoterapia e alongamentos específicos. O fortalecimento muscular é de estrema importância, o que proporciona maior sustentação da postura considerada ideal no dia-dia.

                Quando falamos em fortalecimento muscular, podemos citar dois métodos básicos que agregam estas características aos seus critérios, são elas: Pilates e RPG (Reeducação Postural Global). Estes métodos estimulam o paciente ao movimento livre e coordenado, tendo como foco o ajuste postural, onde o mesmo deve utilizar contrações contínuas dos músculos responsáveis pelo alinhamento da coluna, antes de realizar qualquer tipo de movimento. Com isso, os músculos posturais são exigidos de maneira correta, agindo como estabilizadores, proporcionando seu condicionamento.



                O tempo de reabilitação e reeducação postural depende de alguns critérios básicos do paciente, são eles: idade, trabalho, sedentarismo.
                Idade: pacientes que conviveram durante muito tempo sem cuidados específicos não somente com sua postura, e sim com sua saúde, e vieram a desenvolver dores e desconfortos nas costas, impedindo-os de realizar atividades antes consideradas normais, podem levar mais tempo no tratamento. Não somente por isso, mas a capacidade responsiva dos músculos e articulações para com os exercícios propostos está diminuída em indivíduos de mais idade.

                Trabalho: Postura adotada para trabalhar: sentado, de pé, caminha muito, tem períodos de descanso, horas de trabalho por dia em uma mesma posição. Estes históricos são importantes para delinear o tratamento e contribuem para um bom prognóstico.

                Sedentarismo: Diz respeito ao condicionamento prévio do paciente. Um indivíduo mais sedentário terá maiores dificuldades e levará mais tempo para condicionar-se. 

Texto: Gregório Weinmann
Edição e Revisão: Leonardo Fratti Neves

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