12 de mar. de 2012

Condromalácia Patelar

Estrutura
O joelho é formado por três ossos: o fêmur, a tíbia e a patela. Engloba, ainda, três articulações, sendo duas femoro-tibial (entre dos côndilos femorais – medial e lateral - e a superfície da tíbia) e uma patelo-femoral (entre face anterior dos côndilos femorais e a face posterior da patela).

Patologia

A condromalácia patelar (também conhecida como “joelho de corredor”) é uma patologia crônica degenerativa da cartilagem da articulação patelo-femoral, ou seja, é uma patologia que resulta no amolecimento e na degradação da cartilagem da superfície posterior da patela e dos côndilos.



Geralmente atinge jovens adultos, especialmente mulheres e atletas que realizam grande esforço com as pernas (corredores, jogadores de futebol, ciclistas e tenistas). Pode se manifestar em apenas um dos membros inferiores ou em ambos.
Devemos ressaltar, evitando-se confusões entre as patologias, que a condromalácia patelar trata-se da danificação da estrutura cartilaginosa patelo-femoral, ao passo que a síndrome da dor patelo-femoral (SDPF) refere-se ao estágio inicial dessa condição, quando os sintomas ainda podem ser completamente revertidos, sendo um termo genericamente usado nas dores referidas no joelho.

Causa
A condromalácia tem origem multifatorial, estando associada a fatores intrínsecos e extrínsecos. Vejamos:
Intrínsecos: são as variações da estrutura óssea, tanto na patela como no fêmur, e as disfunções musculares (atrofia ou fraqueza do músculo vasto medial - anterior da coxa - e com o encurtamento dos músculos ísquios tibiais - parte posterior da coxa). Esses fatores também acarretam em alterações no alinhamento patelo-femoral, como patela alta, aumento do ângulo Q (lateralização patelar) - o que justifica a maior ocorrência em mulheres, já que elas apresentam mais esse aumento do que os homens pelo quadril mais alargado -, esse desalinhamento patelar ocasiona atrito entre a superfície da patela e do fêmur, desse modo provocando um desgaste da cartilagem.
Extrínsecos: traumas em geral, excesso (grande número repetições) em atividade física e sobrecarga nos esportes de impacto.
Sinais e Sintomas
Dor na parte anterior do joelho (atrás e entorno da patela), edema, sensação rangedora e presença de crepitação e estalos. O quadro álgico (doloroso) ocorre principalmente quando o joelho flexionado, como ao subir e descer escadas, levantar-se de uma cadeira, ao se agachar, correr, bem como outras atividades similares, podendo levar a restrições na realização de atividades físicas e nos esportes.
Diagnóstico e classificação

O diagnóstico da condromalácia é feito por meio do histórico do paciente e pelo exame clínico. O teste específico mais utilizado é o de compressão patelar (sinal de Zohler). Para uma análise mais detalhada pode-se usar os exames de imagem, tais como: radiografia, tomografia e ressonância magnética.
Através dos exames complementares é possível classificar as lesões identificadas, divididas em graus. São eles:
Grau 1: amolecimento da cartilagem ou bolha da superfície articular cartilaginosa;
Grau 2: apresenta uma fissura superficial da cartilagem;
Grau 3: representa uma fissura mais profunda, que atinge o osso subcondral;
Grau 4: representa erosão e exposição do osso subcondral.
A importância de uma boa investigação está na indicação do tratamento a ser realizado.


Tratamento
O tratamento fisioterapêutico objetiva, principalmente, o alinhamento da patela. Havendo dor, devem ser ministrados métodos analgésicos e anti-inflamatórios (eletro e termoterapia, mobilizações articulares, descolamento miofascial). Com o alivio do quadro doloroso, o fisioterapeuta passa a utilizar exercícios para reforço e alongamento muscular, dando ênfase ao fortalecimento do músculo vasto medial, sempre com exercícios de baixo impacto. Durante esse tratamento, o paciente pode fazer uso de medicamentos (com devida prescrição médica) e órteses patelares.
Recomenda-se, durante o tratamento, repouso relativo, principalmente para evitar atividades que possam agravar a lesão, como esportes de impacto.
Em casos graves, pode ser necessário tratamento cirúrgico.



Orientações
• Evitar manter, por tempo demasiado, os joelhos flexionados em mais de 90 graus.
• Manter boa postura, evitando cruzar as pernas por longos períodos.
• Evitar subir e descer escadas.
• É importante avaliar o limite de extensão e flexão do joelho durante os exercícios, para não sobrecarrega-los e, assim, agravar a lesão.
• Reforçar os músculos fracos fazendo exercícios de baixo impacto (busque orientação profissional).
• Evitar exercícios e esportes de alto impacto (como o futebol, vôlei, basquete, corrida, ciclismo) e hiperflexão do joelho.
• Aplicar gelo no joelho após os exercícios.

Texto: Kátia Rech
Revisão e Edição: Leonardo Fratti Neves

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